segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sozinha na multidão

Com certeza a solidão é uma das freqüentes incertezas que derrubam o ser humano. Mas é que é tão ruim se sentir só. Não estou desconsiderando os momentos de solidão, essenciais para o autoconhecimento afinal, quando estou só, aprofundo-me em minhas certezas e descubro minhas fraquezas. Mas é preciso ter cuidado para não confundir solidão com estar só. E às vezes o primeiro surge de repente e acomete-me num golpe só.

É que quando a solidão me domina, me sinto distante de todos e de tudo, dá um aperto no peito, vem aquela sensação de desamparo, de que não existe ninguém no mundo que vai estar lá por você. O engraçado é como essa sensação pode contaminar-me de repente, por alguns tortuosos instantes, e momentos depois ser simplesmente esquecida. Seja pela madrugada fria, pelo dia chuvoso ou pela lua, sempre tão doce, às vezes mirando-me com tamanho desprezo que sem motivo aparente, quando me dou conta, já estou transbordando melancolia.

Instinto natural do ser humano esse de temer a solidão, afinal ninguém quer acabar sobrando. As panelas têm tampas, os carros encontram vagas e as meias acham seus pés. Já cantou Morrissey que “a vida é muito longa quando se está sozinho”, e se meu desabafo transforma-se em palavras é para que elas me façam companhia.

Um comentário:

Nathalia Prieto disse...

Nossa...foi tão lindo esse post, tão lindo, que não tem nem o que comentar!
beijos :*