quinta-feira, 12 de novembro de 2009

anseios

cansei,
cansei,
cansei!

cansei de esperas, deverás. cansei da sua subjetividade. cansei de esperar pelo que não vem, de esperar o que não passa, de tentar interpretar o que era pra ter sido o que não foi. CAN-SEI. tudo o que eu quero agora é me libertar, abrir as asas e partir. sem olhar pra trás, sem viver de passados, sem rancores ou mágoas. sem aquela pontinha de não-sei-o-quê que insiste em me segurar, em me prender ao chão sendo que eu sou do ar. não quero me afundar always down down down into the sea. eu não pertenço a isso, eu não mereço isso. não nego que ainda estou receosa ou um pouco fragilizada, minha alma ainda não está plena e minhas ações ainda me condenam. mas insisto: eu só quero me libertar. foda-se a história se ela não vigora. foda-se o que já passou se isso não se passa mais. não quero ficar presa ao meu próprio muro de lamentações. e é por isso que de agora em diante eu não me permito mais sofrer. não me permito mais me entregar a qualquer forma de autoflagelo sentimental. não permito mais que a minha teimosia me cegue do que não vale a pena. não me permito mais tomar a iniciativa no que me corrói.
eu só me permito viver, da mais inofensiva e intensa forma.
e a cada lágrima que insistir em escorrer, eu engolirei em gin. e a cada aperto que persistir a envolver meu coração, eu sufocarei em palavras rabiscadas. e a cada sentimento mal resolvido que insistir em ressuscitar, eu pisarei, junto com minhas pontas de cigarro – as quais já não desejo mais.

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